Hélio Mamede de Freitas Galvão nasceu no município de Tibau do Sul em 18
de Março de 1916, casando-se aos vinte anos com sua prima Ilíria Tavares Galvão
em 22 de setembro de 1936. Em seu testamento, Helio Galvão traduziu os quarenta
e cinco anos de união com Ilíria como "abençoada por Deus". O casal
teve oito filhas e seis filhos, dentre os quais faleceram: Stella Maris, Ana
Maria, Marta, Helio Galvão Filho, Lúcia e Tarcísio. Os demais hoje são
testemunhas vivas da harmonia que circundava o ambiente familiar: Sani, Hilton,
José Arno, Maria do Céu, Sebastião Sérgio, Maria de Fátima, Dácio e Andréia
Clara.
Quando jovem Helio Galvão cursou a Escola Normal de Natal. Entre as décadas de
1940-1950, ensinou Português, História do Brasil e Literatura Nacional na
tradicional Escola de Comércio de Natal; foi um dos criadores da Faculdade de
Filosofia do Rio Grande do Norte.
Também lecionou no Seminário São Pedro. Até meados da década de 1960 ensinou
Pesquisa Social na Escola de Serviço Social; Antropologia Cultural na Faculdade
de Filosofia e Sociologia na Faculdade de Ciências Econômicas.
Tornou-se Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Alagoas em 1952 e
iniciou sua carreira profissional no município de Pedro Velho, onde trabalhou
como tabelião no cartório. À convite de seu amigo pessoal, o então governador
do Estado Aluízio Alves, Helio trabalhou entre 1961 e 1966 como seu assessor
jurídico, defendendo e ganhando causas de grande interesse para a política
local, o que lhe garantiu um renomado respeito entre seus colegas de profissão
sobretudo em ambiência nacional. Foi um dos fundadores do MDB (Movimento
Democrático Brasileiro).
Assim como os seus colegas da época de juventude, simpatizou com as tendências
políticas, além da divulgação do conhecimento e defesa das manifestações da
cultura popular, escrevendo artigos sistematicamente na revista por ele
dirigida Bando e em vários periódicos de grande circulação local como A Razão,
A Ordem, Diário de Natal, Tribuna do Norte e A República. Também tem artigos em
revistas de circulação nacionais: Nordeste e Tradição (ambas de Recife); Boletim
do Ministério da Agricultura (Rio de Janeiro) e Revista de Sociologia Política
(São Paulo). Por sua atuação cultural reconhecida, Helio Galvão dirigiu a
Fundação José Augusto na década de 1960.
Nove de seus quatorze livros foram lançados quando ainda vivo: Revogação de
Isenção Tributária (1958); O Mutirão no Nordeste (1959); O Caso da Jazida
Estrondeira (1960); Dos Efeitos Patrimoniais em Mandato de Segurança (1962);
Calamidade Pública e Responsabilidade Civil (1967); Cartas da Praia (1967);
Novas Cartas da Praia (1968); Estrutura Agrária do RN (1973); Responsabilidade
Penal de Diretores de Sociedade Anônima Criada pelo Estado (1976).
Outros cinco livros foram lançados depois de sua morte, em outubro de 1981,
através da Fundação Helio Galvão criada pelos seus filhos, que fica na casa em
que viveu com sua família e está sua biblioteca particular: Dix-Sept Rosado
(1982); Derradeiras Cartas da Praia e Outras Notas sobre Tibau do Sul (1989);
Historia da Fortaleza da Barra do Rio Grande (1999); Poemas da Tarde (1994) e
Romanceiro (1994).
Um dos maiores méritos de seu trabalho é profundidade da análise elaborada
sobre a vida simples das pessoas que moram na faixa litorânea do sul do Estado
do Rio Grande do Norte. De uma argumentação clara e segura, Helio costumava defender
seus pontos de vista publicamente, muitas vezes apresentando provas
irrefutáveis e indiscutíveis. Como pesquisador seus estudos sobre a expressão
musical do coco de zambê o elevaram a uma posição de pioneiro, zelando sempre
por uma de suas paixões, ainda que tenha feito dela um objeto de estudos
inigualável, sobretudo surpreendente.
Informações
Gilmara Benevides Costa é historiadora, antropóloga. Ela prepara livro sobre
Hélio Galvão para março de 2007, fechando o centenário de nascimento do escritor.
Segundo Gilmara, o livro, que ela chama de ensaio biográfico, reúne textos
sobre historiografia em que Hélio Galvão figura como o personagem. Contato:
FONTE: TRIBUNA DO NORTE